“E amava Isaque a Esaú, porque a caça era do seu gosto; mas Rebeca amava a Jacó” (Gênesis 25.28).
É comum nos depararmos com dramas e traumas que a preferência dos pais por um dos filhos causou na vida dos outros irmãos. A rejeição que os filhos sentem quando um dos pais, ou ambos, se inclina mais para um, do que para outro irmão… É imensa.
As vezes os pais nem se dão conta do erro que cometem. É o filho que se parece mais com a mãe e por isso é o “queridinho da mamãe”; é a filha que se parece mais com pai e por isso é a “filhinha do papai”… E as coisas vão tomando um rumo, ou deveria dizer, vão saindo do rumo, de tal forma, que problemas futuros são inevitáveis.
Vejamos o caso de Isaque e Rebeca. Ambos tinham seus filhos “preferidos”. Isaque tinha gosto pela caça, e via o filho Esaú como uma extensão dele mesmo. O fato de o filho ter um talento que o pai admirava, tornou-o especial aos seus olhos. Mais especial que o irmão…
Já Rebeca, se identificava mais com Jacó. Ela o amava mais, diz a palavra de Deus. Talvez porque este tivesse um temperamento mais semelhante ao dela ou porque passava mais tempo com ela, em casa, ao contrário do irmão, que saía para caçar, e se ausentava por períodos mais longos… Não importa o motivo. Importa a questão. Ambos, Isaque e Rebeca, estavam cometendo um grave erro. Um erro que mais tarde lhes custou alto e irreparável preço.
Infelizmente essa questão não é apenas uma ilustração Bíblica, mas um problema bem real e atual na nossa sociedade. Quantos pais têm seus “filhos preferidos” e por isso, entram em atrito e desacordo entre eles mesmos, em favor de um ou de outro irmão!
– É a mãe que defende o “caçula”, alegando que seu desinteresse pelos estudos é normal… Impedindo o pai de cobrar uma postura mais responsável do filho…
– É o pai que defende a filha porque não acha justo que a mãe lhe atribua tantas responsabilidades em tão tenra idade… (embora a mesma já seja moça e talvez até namorando esteja!).
– É a mãe que faz todas as sobremesas prediletas do filho mais velho e se esquece dos gostos e preferências dos outros irmãos…
– É o pai que só paga a faculdade do filho, se este fizer medicina, direito ou qualquer outro curso que o pai considera o “ideal”…
Exemplos não nos faltam. Têm aqueles casos onde ambos os pais demonstram favoritismo por um dos filhos, porque este tem um temperamento mais “dócil” e portanto, mais fácil de lidar…
Ou então, aquela filha que demonstra maior potencial para os estudos ou possui habilidades que os pais admiram, e portanto, é alvo de maiores elogios e apreciação…
Muito cuidado, amados irmãos em Cristo Jesus, com o “favoritismo” por um dos filhos. A palavra de Deus diz que os filhos são herança do Senhor. Todos eles foram nos dados como presentes de Deus. Todos eles são especiais de formas e maneiras diferentes! Cada um tem dons, talentos e habilidades que são de grande valor para o Senhor e devem ser para os pais também!
Não de deve fazer distinção entre os filhos. Isso é armadilha de Satanás! Muitas brigas e discórdias poderiam ser evitadas nos relacionamentos familiares se os pais não cometessem o terrível erro de “preferir” um filho a outro…
Quanta desgraça poderia ter sido evitada por Isaque e Rebeca, se tão somente se limitassem a amar cada um dos filhos da maneira como estes eram. Sem favoritismos. Apenas amar e respeitar a individualidade de cada um.
O favoritismo por um dos filhos, cria um “abismo” entre o casal. Obviamente não havia comunicação de qualidade, nem um relacionamento íntimo e afetivo de valor, entre Isaque e Rebeca; pois esta se respeitasse o esposo, jamais teria mentido para ele ou incentivado o filho a mentir…
A mãe incentivou o seu “preferido” a mentir para o pai… Como consequência, nunca mais viu o seu filho querido em vida, pois este foi obrigado a fugir. Banido pela fúria de seu irmão…
A Bíblia não nos dá maiores detalhes sobre o que aconteceu depois. Mas podemos imaginar a cena…
De um lado, Isaque frustrado e amargurado com a traição de sua esposa e de seu filho Jacó…
Do outro lado, Esaú, frustrado e irado com o irmão e a mãe,por ter sido enganado pela própria mãe e o irmão…
Ainda temos Rebeca que ficou sem o seu filho “preferido” pois este precisou fugir para salvar a própria vida…
E temos também Jacó, que em fuga, alvo da ira de seu irmão, estava agora sem um teto sobre a cabeça e exposto a uma série de riscos que poderiam ter sido evitados…
O sofrimento certamente se abateu sobre toda a família. Rebeca morreu sem ver Jacó novamente. Jacó passou longos anos escondido e amedrontado, temendo a ira de seu irmão… E Isaque provou o profundo desgosto que uma família desestruturada pode causar.
Em outro artigo escreveremos sobre a importância da comunicação e da união que deve haver entre o marido e a mulher. Por hora, queremos apenas que os amados reflitam sobre a importância de amar “igualmente” a cada um dos filhos. Respeitando e incentivando os dons e talentos que Deus designou a cada um deles.
Não deixemos brechas amados irmãos e irmãs em Cristo Jesus. A Palavra de Deus diz que o Senhor não faz acepção de pessoas. Porque os pais cometeriam tal tolice então? Satanás está atento a toda e qualquer fissura que possamos deixar em nosso relacionamento familiar. O inimigo de nossas almas não precisa de grandes brechas para se infiltrar em nossa família e nos roubar a paz e as bênçãos que o Senhor tem para nós. Vigiemos. Estejamos atentos e vigilantes. A família é um projeto de Deus. E cada filho, uma bênção especial do Senhor!
Deus abençoe a sua família!
Pr. Alexandre e esposa, Miss. Rosileni.
Família, Um Projeto de Deus!
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